Não há sangue suficiente em minhas veias
matizes embrutecidas e empedradas
ásperas
trespassam as travessas monocromáticas
de Cristais encrustrados
na pele pastosa, de piche e borracha
que se alarga e dobra
criando uma crise
entre o calcário, separando
nunca juntando
ao toque da pedra
enxergo a noite
cego o dia
e eu, o inominável
por baixo das sombras dos relógios,
ao toque engrenoso das juntas dos minutos,
ignoro a temperatura na era das Flores, dos Muros, dos Anjos
um coração pulsando concreto
cromatismos de cinza.