quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Minha vida, para Você

Isso aconteceu na época em que passei seis anos nos EUA, inicialmente bancados pelo Colégio Jesuíta do Brooklin.
Havia me destacado como estudante Exemplar e acabei sendo escolhido para participar de um grande programa de Estudos no Texas, passando por diversos cursos de Teologia ao longo de dois anos.

O que o colégio não sabia, é claro, é que eu era um grande de um puto de um Drogado. E, obviamente, não pretendia Voltar. Depois de um ano inteirinho agüentando merda teológica e me esforçando para parecer um Bom Aluno, havia finalmente ganhado meu passaporte de Fuga.
O plano era simples: desembarcar em Austin, alugar uma moto com o adiantamento da moradia e me enfiar estrada adentro por aquele deserto Alucinante, assaltando Postos de Gasolina e pedintes de carona ingênuos pelo caminho.

Claro que eu ia precisar de uma Arma também. E uma Arma Grande, um daqueles Revólveres Cromados, mais pesados que sua própria cabeça.
Essa foi a parte mais difícil. Tive que passar por cima de pelo menos nove idiotas até que encontrasse uma arma legal nos pertences de um deles. Depois foi um cansativo processo de trocas com Chicanos loucos até descolar um belo Taurus.
E a melhor parte é que a munição nem importava! Só de ter o prazer de apontar aquela porra de Canhão na cabeça de alguém e gritar como um Alucinado usuário de Peyote (o que acabava sendo minha situação normal ao longo daquela viagem) já era muito mais prazer do que eu jamais havia tido nessa merda de país sem desertos chamado Brasil.
Passei um ano naquela viagem Louca. Deixei muita gente pelada naquela estrada e me divertia pra caralho atirando nos joelhos alheios.

Até que acabei entrando numa situação muito bizarra: parei a moto na frente de mais uma daquelas lojinhas de conveniência que ficam junto com Postos de Gasolina no meio do nada naquele puta deserto, desci o pé na porta de vidro, já com a arma na mão, e comecei a gritar que nem um Maluco que queria todas as porras de M&M's que eles tinham. Naquela hora eu já tava extremamente alto, tinha conseguido roubar um wannabe traficante na estrada e enchido até o Cu de pó colombiano. Isso misturado com os peyotes claro: eu só conseguia apontar a arma na cabeça de alguém se enxergasse não uma pessoa, mas um maldito Palhaço montado num Triciclo Vermelho. E, ah cara!, Todos aqueles balconistas se pareciam com Palhaços montados em Triciclos Vermelhos!

Mas a coisa acabou ficando estranha quando percebi que a porcaria da lojinha tinha Duas entradas e, enquanto eu entrava gritando e sacudindo minha Taurus, um grupo de três Motoqueiros chutava a outra porta e entrava gritando, sacudindo facas de caça afiadas como o Inferno, que podiam cortar fora sua orelha em um segundo.
O que fazer? Comecei a rumar pro Norte junto com eles.

(quem sabe, continua...)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Me apontaram uma arma. Eu gritei e corri.

"não sou homem, mas eu tava apertada!", foi o que aquela garota muito Feia disse para mim quando saiu do Banheiro Masculino, dentro daquela lanchonete minimamente chique da Augusta, do lado daquele curso de inglês (Seven, eu acho?).
"oh certo, eu precisava saber disso. obrigado"

Agradeci a Informação e fui dar a Minha mijada.
Só que ela tinha Mentido. Aquela garota muito Feia era, com certeza, um Homem. Ou um Monstro.
Nunca vi um chão de banheiro público tão mijado antes! Acho que ela tinha tentado fazer algum tipo de Mosaico, porque havia uma série de bolotinhas de papel higiênico coladas a mijo nas paredes do banheiro. Não fazia o menor sentido, mas pra ela isso deveria ser muito Bonito ou, pior ainda, muito Engraçado.

"certo, só pode ser alguma porra de Teste Cósmico".
Porque, pelo visto, sou sempre Eu a experenciar essas Visões. Ou pelo menos a me incomodar com elas.
Posso contar a qualquer conhecido, e aposto que Todos vão achar a maior besteira. "ah, a garota era uma porca, ok. mas e daí, thiago? o que que tem de mais?"
O que tem de mais? Porra, eu já vi uma gorda Deficiente Física andando em cima de um Triciclo Vermelho pelos corredores do Segundo Andar de um prédio que é cercado por lama, e me fizeram a mesma pergunta!
O que que tem de errado com Todo Mundo, merda?
São quase cenas de algum filme sci-fi barato & extremamente perturbador. Faltam efeitos especiais! Cadê a maquiagem de látex? Os efeitos computadorizados? Os bonecos robotizados?
Faltou Verba, usaram uma Deficiente de Triciclo & Mijo de Verdade.

Alguém quer me enlouquecer.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Estou brincando com você.

Havia por volta de 250 pessoas enfileiradas naquela praia. A paisagem não interessa, mas elas vestiam trapos purulentos e fediam como mendigos.
Esperavam há duas horas e ainda não havia começado.

Ele também já esperava há duas horas. A última palavra digitada, "começado", era uma ironia e uma demonstração de seu fracasso como escritor.
Não que não soubesse como escrever: tinha uma técnica perfeita, sabia brincar com as palavras, movê-las como se dançassem no papel. Simplesmente não sabia sobre O QUE escrever.

Já ele esperava há uns 5 minutos. A última palavra digitada, "escrever", só tinha sentido em sua ausência.
Não é que não soubesse como: tinha uma ótima técnica, sabia brincar com as palavras, movê-las como se fossem gotas de cuspe. Também não era uma questão de não saber sobre o que escrever. Simplesmente perdeu a vontade...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Fotografia

Não há sangue suficiente em minhas veias
matizes embrutecidas e empedradas
ásperas
trespassam as travessas monocromáticas
de Cristais encrustrados

na pele pastosa, de piche e borracha
que se alarga e dobra
criando uma crise
entre o calcário, separando
nunca juntando

ao toque da pedra
enxergo a noite
cego o dia

e eu, o inominável
por baixo das sombras dos relógios,
ao toque engrenoso das juntas dos minutos,
ignoro a temperatura na era das Flores, dos Muros, dos Anjos
um coração pulsando concreto

cromatismos de cinza.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Contos à Rentrer I

Lembro-me da época em que ganhei meu terceiro braço.
No começo pareceu-me artificial, anti-natural, grotesco até. Mas com o tempo fui me acostumando a esse útil membro extra, sempre disposto a auxiliar nas tarefas de meu dia-a-dia, que, como meus íntimos bem sabem, não são nem um pouco simples.

Eu o chamava e lá estava ele: pingando como um cão à espera de seu dono. Podia sentir as juntas enrijecidas pelo prazer antecipado de servir a seu mestre. A pele branca, ligeiramente azulada, brilhava de êxtase e contentamento em ser útil.
Fazia chuva, fazia sol, lá estava eu com meu companheiro inseparável em minha mochila. Mantinha o zíper aberto, orgulhoso como eu era, para dar-lhe a chance de acenar, sua mão endurecida numa posição tão amigável e calorosa.
Ah! Abençoado eu era! Quem poderia adivinhar que ganharia companheiro tão inseparável de forma tão inesperada?

Um aceno um pouco antes de atravessar a entrada da Bandeirantes. "Ah, mas que pouco educado! Venha cá e aperte minha mão!", enquanto o caminhão fazia a curva à toda. E em meio segundo lá estava meu novo braço, ainda preso ao cumprimento, enquanto meu amigo passeava em algum pára-brisa...

domingo, 26 de agosto de 2007

Um quarto.

Eu peso trinta e seis quilos.
No entanto, sou alto. Meço exatamente um metro e oitenta e dois centímetros. Minha garra ossuda fecha-se com força em volta do pescoço de mais uma puta. Ela chora baixinho, mas os mamilos permanecem endurecidos.
Eu a levanto pelo pescoço com facilidade e a deposito gentilmente em meu estômago. O buraco em meu tórax mastiga feliz a carne macia e eu gozo.
A mão esquerda rapidamente procura o pacote de cocaína no chão. Ele é jogado com pressa pra dentro de minha cavidade, juntamente com um punhado de latas de cerveja, e eu entro em êxtase. Prazer.

Incontáveis unhas já quebrei, sentado nesse trono de madeira, arranhando de prazer, arranhando de fome. Fome. O meu estômago ronca, está vazio. Sempre. O buraco arreganha os dentes, mastigando o nada e pode-se ver a garganta secando, enrolando-se, espremendo-se. Sede.

Levanto-me. Os joelhos estalam sob um peso negativo, metafísico, e o suco gástrico escorre da boca de meu estômago. Meus olhos estão injetados. Agarro a Europa com minhas garras e a enfio buraco adentro. Sento-me nas rochas de um oceano vazio, exatamente onde antes era Dresden.
Estico a mão para alcançar a África, mas desisto. Só um pouco da Somália me fará feliz. E talvez algumas guerras étnicas no Congo. Todos triturados pelos dentes de meu estômago, a boca da barriga babando de prazer e mais fome, a língua reptiliana estalando. Fome.

Meus velhos amigos tornaram-se somente alguns incômodos pedaços de carne presos entre os dentes. Devoro os novos lentamente, saboreando o gosto do desconhecido.
Desinteresso-me depois de mastigar metade de suas cabeças, mas termino a refeição por educação. Tédio.

Um sagaz observador, antenado nas velhas e novas tendências das lendas morais, poderia visualizar o final de minha história: eu acabo por devorar a mim mesmo, arrancando pedaço por pedaço.
Sinto muito. A falta de três dedos de minha mão esquerda marcam a tentativa falha, o gosto ruim e podre ainda atormenta o fundo da língua chicoteante da boca de meu estômago.
Eu continuo aqui. Arranhando. Comendo. Bebendo. Cheirando. Gozando. E querendo mais.
Mais.

sábado, 25 de agosto de 2007

Há...

Hoje encontrei uma cabeça de boneca de cera embaixo da minha cama. O ferimento no pescoço ainda estava aberto e expelia lentamente uma substância escura e grossa, característica do sistema circulatório das bonecas de cera.
Os olhos piscavam com languidez e as pupilas reviravam-se, focando o nada. Exatamente como uma barata convulsionando no chão.
Tive pena.
Coloquei a cabeça da boneca de cera cuidadosamente no cesto de palha sobre o criado-mudo. A cabeça piscou rapidamente, talvez assustada com o toque de minha mão quente (tão nociva aos seres de cera!), talvez agradecida com minha preocupação. Mas nada foi falado.

Percebi então que a vida é vertical. Há um degrau marcado em cada rosto.
Um rapaz jovem, realista e interessado nas últimas tendências da filosofia, poderia discordar, afirmando que a vida só poderia se apresentar de maneira horizontal, já que a evolução vertical da existência estaria inclusa em um papo metafísico cansativo, chato e extremamente inútil.
Eu concordaria!

No entanto, a cabeça ainda me olha, ansiando, implorando por um conserto, um novo corpo, uma nova vida.
O fluído viscoso ainda escorre, arrasta-se pelo meu criado mudo até o chão, onde se espalha pelas fissuras do carpete de madeira.
Aquele fluído é um degrau.
Não é uma questão de evolução, avanço. É uma questão de vontade.
A vida é vertical. Eu sorrio, acaricio os minúsculos fios de cabelo artificiais da cabeça da boneca, e penso em aposentadoria.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Cromatismos de Noite

Foi amor à primeira vista.
Vocês entendem, eu sempre fui volátil. Mas aquela noite foi excessivamente especial: eu tinha dinheiro. E pude gastá-lo com duas Guinness muito bem tiradas.
Soma-se a isso o fato de que as luzes piscavam de forma hipnótica, com um vermelho-cabaret insistente e pequenos flashs de lilás.
E, claro, ela dançava.

Acho que a primeira coisa que eu vi foram os sapatos. Sim, os sapatos. Ok, deve ser estranho ouvir isso, mas aqueles sapatos vermelhos, com salto-agulha, chamavam a atenção enquanto moviam-se pelo piso negro, cheio de reflexos.
E depois seu cabelo. E depois de seu cabelo seus olhos. E depois não vi mais nada, a não ser a sua boca, o baton vermelho forte se aproximando.

- cuidado. não misture álcool com ecstasy. cuidado -

Outras cenas que devem ser extremamente importantes: mãos levantando a saia. uma privada suja e nojenta. uma pia um pouco menos suja e nojenta. um sofá de couro vermelho. um mamilo na boca. um segurança largo e gordo. um murro de um segurança largo e gordo. cinto de segurança. calotas raspadas no meio-fio (merda!). escadas descendo apressadas embaixo de meu puma e dos scarpins dela.

Mais cenas, essas muito mais importantes: a maquiagem ficou no travesseiro. a luz do sol iluminou 3 gordos sinais peludos, enfincados como bandeiras na pela branca, antes tão impecável.

Não sei se foi a ressaca, mas eu pude vê-la montando numa vassoura e voando pra longe.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Canção

Eu quero o fio
o frio fio fino da navalha constelar
a lâmina de dois metros que dança
no escuro de um sonho obscuro.

Meu um quarto, meu inimigo
queria que nos fossem buscar no Piauí
tentaram nos encontrar no Piauí!
Mas não é longe o bastante
e já cascos grossos pisoteiam a grama que havia por lá
Busquem-nos nas estrelas,
Busquem-nos nas explosões solares, nos confins das galáxias, no centro da Terra!
Busquem-nos no inferno, não me importa!
Busquem-nos no inferno e fiquem por lá!

Eu queria a minha amada,
mas a minha amada não possui boca,
não possui olhos, nariz, orelhas.
Ela não possui pernas bem torneadas, seios fartos.

A minha amada é só face,
uma face laminada e um sorriso espelhado.
Mas ela sabe dançar.

Só o corte nos une.

domingo, 22 de julho de 2007

O Jardineiro

"As chaves", ela pediu mais uma vez, sorrindo. Os dentes cor de ouro lançando reflexos de uma luz suja contra o seu rosto contorcido. "Caído aos pés de uma mulher", ele pensou em silêncio, enquanto a pressão de sucuri aumentava gradativamente contra seu saco.

As pontadas de dor aumentando cada vez mais, a ponta do salto numa luta para penetrar o ponto mais frágil de seu corpo. "Eu só quero a chave", ela insistiu, sua voz de sereia/guerreira, torcendo o calcanhar do pé e aumentando mais seu sorriso dourado. "Talvez seja hora de trocar essa lâmpada", o pensamento mais absurdo passando por sua cabeça, a dor lancinante barrando sua razão e ativando os antigos controles do desespero, enterrados durante tanto tempo desde que perdera seu coração.

Ele procurou alcançar o bolso de trás de sua calça, mas o esmalte vermelho descascado das garras da mulher foi enterrado fundo na carne de seu pulso: "eu só vou repetir mais uma vez, antes de estourar suas bolas", ela disse, aumentando assustadoramente a pressão.

Ele a conhecera no canto mais sujo da cidade, jogada entre dejetos de mendigos, uma pequena flor que necessitava de cuidado e atenção. E a havia regado, ah como havia!, com todo o carinho que seu peito oco poderia oferecer. O batizado havia sido feito exatamente naquele local, naquele pequeno apartamento, e ela rapidamente evoluíra de uma pequena muda para uma mulher madura, que o estava ameaçando agora com o salto de seu scarpin.
"Malditas plantas", ele pensou e hesitou mais uma vez, já anestesiado, enquanto sentia o pisão e a vista escurecia.



Três horas mais tarde, acordou com as calças ensangüentadas, jogado naquele beco familiar, aquele pedaço de lixo urbano.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Pois então...

Resolvi contar algo que vivi durante minha passagem pela Ásia.

Alguns amigos íntimos já sabem, mas vale a pena repetir que estudei durante cinco anos em um colégio interno na Índia. Na época meu pai era um empresário gorducho e metido da Embraer (isso foi logo antes dele ser acusado de desviar dinheiro e iniciar a decadência da minha família que terminaria com esse mesmo gorducho, agora 10 quilos mais magro, pendurado na cristaleira da sala com uma corda em volta do pescoço); portanto viagens eram freqüentes.

No entanto, aquela situação era diferente: por conta de uma negociação entre a Embraer e uma desenvolvedora indiana de sfotwares direcionadas à aviação, minha familia teria de passar cinco anos em Bombaim. E lá fomos nós - nosso já falado empresário gorducho; um garoto loiro com curiosos olhos da cor do mel, por volta dos 9 anos; e uma passiva dona de casa, sempre sorrisos para seu filho e sempre resmungos para seu marido - criar algumas curtas raízes numa capital irritantemente populosa.

O desembarque já revelou as grandes diferenças culturais que teríamos de enfrentar. Em primeiro lugar, o avião teve que pousar em movimentada avenida, já que a pista de pouso do aeroporto estava tomada por, mais ou menos, 400 vacas, animais sagrados no país asiático em questão. A aterrisagem foi tensa e algumas dezenas de pobres indianos perderam a vida sob as rodas do orgulhoso avião verde-e-amarelo da Embraer; mas por sorte estávamos na Índia e a morte de um cidadão tem pouca importância quando a taxa de natalidade é de 100 mil por minuto.

Em seguida, por falta de uma escada de desembarque (por Vishnu, estávamos no meio de uma avenida, afinal de contas), 570 indianos, funcionários do aeroporto obviamente, formaram uma escada humana para que nós, ocidentais e ricos, pudéssemos descer com toda a segurança e conforto que nós merecíamos. Uma coisa ficou gravada naquele momento em minha cabeça: não poderia sair daquele país sem um bebê indiano de estimação!


(continua...eu acho)

domingo, 1 de julho de 2007

Cromatismos de Cinza

Uma case pesa muito, eu juro. Você pode ter uma e carregar uma guitarra dentro, mas você não sabe o que é realmente desconfortável até carregar um baixo dentro de uma semi-case nas costas.
Você sabe, o baixo vai balançando e batendo contra a parte de trás das suas pernas. E nem pensar em andar rápido! Não, não! Nem tente!

Conheci um amigo baixista que perdeu ambos os braços assim, foi horrível... O infeliz tava na Faria Lima ainda, correndo atrás do Ipiranga 477P. O problema é que as alças da semi-case dele eram realmente de ótima qualidade. O atrito do tecido contra o tecido, a pele, os músculos e, por último, os ossos foi devastador e extremamente rápido.
Conta-se que havia por ali um grupo de estagiários saindo para seu horário de almoço (era 13:17, de acordo com o relógio do canteiro central). À medida que os respingos vermelhos manchavam suas impecáveis camisas sociais bege com tímidas listras azuis (você sabe, a fnac é uma empresa séria, exige uma imagem impecável), eles foram caindo, desmaiados de horror.

Pois é, como eu disse era horário de almoço. Ninguém queria perder o tempo de seus preciosos pratos montados com um pobre adolescente, não mais que 15 anos, mutilado e caído no chão, em choque com a dor alucinante da perda de seus membros.
Três passantes até jogaram algumas moedas de cinco e dez centavos no chão, como uma esmola. Juro.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Isto pode chegar a ser engraçado...

Ou não...? Certo?
Afinal de contas, pra que mais um blog novo nesse mundinho de blogs literários cults, poéticos e herméticos?

Talvez eu esteja entediado...